Amar-amaro


porque amou por que amou
    se sabia
    p r o i b i d o p a s s e a r s e n t i m e n t o s
    ternos ou desesperados
    nesse museu do pardo indiferente
    me diga: mas por que
    amar sofrer talvez como se morre
    de varíola voluntária vágula evidente?

    ah PORQUE AMOU
    e se queimou
    todo por dentro por fora nos cantos ecos
    lúgubres de você mesm(o,a)
    irm(ã,o) retrato espetáculo por que amou?

    se era para
    ou era por
    como se entretanto todavia
    toda via mas toda vida
    é indignação do achado e aguda espotejação
    da carne do conhecimento, ora veja

    permita cavalheir(o,a)
    amig(o,a) me releve
    este malestar
    cantarino escarninho piedoso
    este querer consolar sem muita convicção
    o que é inconsolável de ofício
    a morte é esconsolável consolatrix consoadíssima
    a vida também
    tudo também
    mas o amor car(o,a) colega este não consola nunca de nuncarás.


作者
Carlos Drummond de Andrade

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